Conectado como:
filler@godaddy.com
Conectado como:
filler@godaddy.com
Começamos o mês de novembro de 2024 com nossa Diretora de Desenvolvimento, Bruna Lessa Bastos, nos representando na COP 29, realizada em Baku, Azerbaijão.
Desejávamos conhecer o que seria discutido a respeito da interseção entre Educação, juventude, justiça climática e mudanças climáticas, além de temas como acesso a financiamento e o papel da filantropia.
Embora a Educação tenha ganhado um dia dedicado a ela na "COP das Finanças", ainda não recebeu a devida atenção sobre o seu papel no enfrentamento da crise climática.
No Brazil Pavillion o que se discutiu foi como fazer chegar recursos aos projetos comunitários. Nos debates da sociedade civil percebeu-se uma grande vontade de fazer diferente dali em diante.
Para nós, esta foi uma excelente oportunidade para conhecer importantes atores engajados em causas transformadoras e principiar trocas promissoras. Com Renata Moraes, do The Climate Reality Project Brazil, discutimos formas de fazer avançar a Educação Climática no Brasil; a importância de conhecer currículos alinhados à BNCC, como o desenvolvido pelo Instituto E.V.A., e a necessidade de somarmos esforços para alcançar tais objetivos.
Assista a esta breve entrevista com a Diretora Bruna Lessa Bastos, realizada por Renata Moraes da Coalização Brasileira pela Educação Climática e gerente do Climate Reality Project Brazil, no contexto da COP 29 e tenha notícias do que estamos colaborando para as próximas iniciativas.
A COP 30 é logo ali.
O Instituto E.V.A. assistiu a Reunião Ministerial sobre Educação Socioambiental e Climática a convite da rede internacional Greening Education Partnership (UNESCO), da qual fazemos parte. Tivemos a oportunidade de conhecer o que outros países estão fazendo para tornar seus currículos mais verdes.
Ouvimos à apresentação de Andreas Schleicher, Diretor para Educação e Habilidades da OECD a respeito do PISA, pois um dos grandes desafios da Educação Socioambiental e Climática é como medir o seu impacto social. Embora a Educação não esteja recebendo nesta COP a devida atenção, o lançamento do estudo do PISA, capitaneado pela Presidência do Azerbaijão, é um pequeno, porém importante avanço.
O estabelecimento de uma métrica internacional padronizada para avaliar o letramento ambiental e climático poderá oferecer aos legisladores e educadores informações valiosas sobre o alcance e os limites da capacidade dos sistemas educacionais para prepararem os estudantes para os complexos desafios das mudanças climáticas.
As novas métricas do PISA, em desenvolvimento pela OECD (2029), fomentarão:
- Responsabilização;
- Reformas curriculares especializadas, e
- Colaboração internacional para a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente o ODS 4.7.
Ao inspirar a aprendizagem transformadora, essa iniciativa tem o potencial de promover uma geração de cidadãos globais informados, responsáveis e resilientes, dedicados à sustentabilidade e ao cuidado ambiental.
Nesta mesma reunião Kitty van der Heijden, Diretora Executiva para Parcerias da UNICEF lembrou a todos o estados presentes que questões climáticas precisam ser integradas aos currículos escolares, não porque os Ministros de Educação ou Organizações como a UNICEF o queiram, mas porque todos os países assinaram o Acordo de Paris. O artigo 12o deste Acordo é bastante claro. Juntamente com o Ensino Secundário, precisamos nos concentrar nas competências práticas que os jovens necessitam para participar da resolução dos problemas climáticos.
Para a Greening Education Partnership isso significa adotar uma abordagem sistêmica para enfrentar a crise climática, acelerando a implementação da Educação sobre as alterações climáticas, estabelecida em resposta às demandas dos países e dos jovens de todo o mundo, para promover a Educação Para o Desenvolvimento Sustentável, que integra os princípios e práticas de sustentabilidade em todos aspectos da Educação em torno de quatro pilares:
- Tornar as escolas mais resilientes,
- Currículo especializado,
- Formação de professores, e
- Capacidades do sistema educativo de tornar as comunidades mais sustentáveis
Estamos atentas a como o governo brasileiro irá se posicionar sobre esta questão estruturante e transversal à transição justa. Esperamos ver ações concretas para além da COP 30, que ocorrerá em novembro de 2025 em Belém do Pará.
No dia 14 de novembro, nossa cofundadora Maria Rita Villela nos representou no evento “Mural de Justiça Climática: vozes de catadores refugiados e mulheres para o G20”.
O evento fez parte do G20 Social, que ocorreu no Boulevard Olímpico do Rio de Janeiro, no qual as Organizações da Sociedade Civil apresentaram e debateram suas propostas e ações ligadas ao desenvolvimento sustentável, enfrentamento das desigualdades sociais e da crise climática mundial.
Mais uma vez o protagonismo dos estudantes do Colégio Estadual de Araras se fez presente, através de um mini-documentário preparado com material de vídeo-reportagem produzido pelos estudantes, sob orientação de seus professores, e fotografias registradas pela equipe do Instituto E.V.A., que foi exibido na Cúpula do Humanity Summit 2024 - G20 Social Official Event durante o evento auto-gestionado pelo Mural do Clima Brasil.
No dia 16 de novembro, as recomendações da juventude do CEA, consolidadas no evento ConscientizAção, ocorrido no dia 3 de novembro, seriam entregues ao Presidente Lula.
Celebramos a esperança que advém de testemunhar o engajamento da juventude formada em Educação Socioambiental e Climática, desejando que o protagonismo dos jovens do CEA pudesse inspirar os corações e mentes dos tomadores de decisão sobre Educação no G20 que apenas começava.
No dia 19 de novembro nossa Diretora Executiva Denise Pini Fonseca marcou a nossa presença no evento do G20 “Catalisando Mudanças: O papel da Educação na construção de um futuro justo e sustentável”, organizado pela DGPE da Fundação Getúlio Vargas, em parceria com a OECDnetFWD e a Education Above All Foundation.
Fizeram parte dos temas tratados:
- Mecanismos de financiamento atuais e necessários para enfrentar as demandas colocadas para a Educação do século XXI, com foco no Sul Global;
- As contribuições das fundações filantrópicas de distintos portes;
- Indicadores de aprendizagem e parâmetros de equidade do INEP, e
- Novos parâmetros e indicadores para mensurar o alcance da Educação para as Relações Raciais, lançados no dia anterior pelo Ministério da Educação
Em meio às apresentações técnicas e sustentações políticas, destacamos:
- A ausência do debate sobre Educação Socioambiental e Climática;
- O vigor dos programas de Educação no território para superar as desigualdades econômicas, sociais e raciais, e
- O alcance e os limites do esforço de inclusão digital na Educação.
No dia 27 de novembro lançamos um dossiê sobre Educação das Relações Étnico-Raciais brasileiras na revista Letramento Socioambiental v2.n5.
Nós temos um sonho:
utopias e projetos de vida na Educação
Foram necessários nove meses para partejar este trabalho “aos pés do Irokô”. Formou-se uma roda de 23 autores, que Vanda Machado “mandou chamar”, para dar testemunho do que foi sonhado e do muito que ainda há que ser feito para encarnar o sonho na História.
Precisou-se manter a atitude insurgente para afirmar que ainda não basta! Que depois de duas décadas da Lei n. 10.639/2003, é fato que aumentou no Brasil a “consciência negra” e a oferta de bons materiais didáticos para a ERER, mas também é verdade que o racismo que alimentamos diariamente não está nem arranhado por aqui.
Incapacidade da Educação de promover transformação ético-comportamental?
Repertório curto de bons conteúdos e de referências pedagógicas criativas?
Nem um, nem outro! Todo o contrário!
São sete artigos de reflexão densa sobre conteúdos e práticas da Educação das Relações Étnico-Raciais (ERER) para a Educação Básica, e oito relatos de experiências pedagógicas baseadas nos legados da cultura afro-brasileira, que fecham os buracos que o sistema insiste em deixar abertos ou, até mesmo, se omite para esgarçá-los.
Há dois depoimentos tão amorosos, quanto históricos, de ícones da luta antirracismo no Brasil, que apostaram suas vidas na potência transformadora da Educação.
Há dois documentos históricos de mestras insurgentes, que nos lembram que estes “passos vêm de longe”, como diz uma mulher negra defensora dos Direitos Humanos.
Enquanto isso, o editorial nos convida a perceber que já passou da hora de “mandar chamar” geral!
Sobre os ombros da Educação Básica brasileira, continuamos acumulando expectativas de transformar valores e comportamentos das futuras gerações, para que nossas crianças façam sozinhas, aquilo que não fomos capazes de fazer até aqui.
Sim, a Educação muda as pessoas, como disse um mestre, e estas mudam o mundo!
Mas para que isso aconteça, há que mudar a Educação!
A “hora é agora”! Sua benção Iyá!
Denise Fonseca
Editora Chefe
Revista Letramento SocioAmbiental