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O dia 25/05 é o Dia do Trabalhador Rural e nós queremos homenagear o “Trabalhador do Campo”. Mas, por que “Trabalhador do Campo” e não “Trabalhador Rural”? O que o “homem do campo” sabe sobre a Educação Socioambiental, da qual a revista Letramento SocioAmbiental se ocupa?
É dessa classe de perguntas que o dossiê Pertencer à terra: ressignificando vida, trabalho e Educação do Campo trata, ao homenagear o “Trabalhador do Campo” e sua ligação com o território. É como diz Itamar Vieira, em O Torto Arado:
"Meu pai olhava para mim e dizia: 'O vento não sopra, ele é a própria viração', e tudo aquilo fazia sentido. 'Se o ar não se movimenta, não tem vida', ele tentava me ensinar. Atento aos animais, dos insetos, das plantas, alumbrava meu horizonte quando me fazia sentir no corpo as lições que a natureza lhe havia dado. Meu pai não tinha letra, nem matemática, mas conhecia as fases da lua (…) Meu pai, quando encontrava um problema na roça, se deitava sobre a terra com o ouvido voltado para o seu interior, para decidir o que usar, o que fazer, onde avançar, onde recuar. Como um médico à procura do coração" (VIEIRA 2019: 99-100).
São seis artigos de reflexão sobre a Educação do Campo, que reconceituam entendimentos; discutem práticas pedagógicas, conteúdos e o próprio papel da Educação "no campo" e "sobre o campo" brasileiro.
O dossiê traz ainda três relatos de experiências pedagógicas e pesquisas de campo, que buscam contemplar o que está demandado da Educação Formal (na escola) e Não-formal (nas comunidades).
A coletânea se fecha com uma extraordinária entrevista com a Professora Jade Percassi, do Movimento de Trabalhadores sem Terra (MST).
Todo este trabalho foi realizado sob a organização da Pesquisadora e Doutora em Filosofia Luciana Maria Azevedo de Almeida, e contou com a forte participação da Licenciatura em Educação do Campo (LECampo), da Universidade Federal de Minas Gerais, sob a liderança do Professor Francisco Ângelo Coutinho e sua valorosa equipe.
Esta é uma leitura mandatória para quem acredita que a Educação do Campo é feita com os pés no território, a pertença das comunidades e o olhar voltado para a Justiça Socioambiental.
Sim, a Educação muda as pessoas, como disse um mestre, e estas mudam o mundo!
Mas para que isso aconteça, há que mudar a Educação!
Denise Fonseca - Editora Chefe -
Revista Letramento SocioAmbiental - Instituto E.V.A.
Começamos o mês de novembro de 2024 com nossa Diretora de Desenvolvimento, Bruna Lessa Bastos, nos representando na COP 29, realizada em Baku, Azerbaijão.
Desejávamos conhecer o que seria discutido a respeito da interseção entre Educação, juventude, justiça climática e mudanças climáticas, além de temas como acesso a financiamento e o papel da filantropia.
Embora a Educação tenha ganhado um dia dedicado a ela na "COP das Finanças", ainda não recebeu a devida atenção sobre o seu papel no enfrentamento da crise climática.
No Brazil Pavillion o que se discutiu foi como fazer chegar recursos aos projetos comunitários. Nos debates da sociedade civil percebeu-se uma grande vontade de fazer diferente dali em diante.
Para nós, esta foi uma excelente oportunidade para conhecer importantes atores engajados em causas transformadoras e principiar trocas promissoras. Com Renata Moraes, do The Climate Reality Project Brazil, discutimos formas de fazer avançar a Educação Climática no Brasil; a importância de conhecer currículos alinhados à BNCC, como o desenvolvido pelo Instituto E.V.A., e a necessidade de somarmos esforços para alcançar tais objetivos.
Assista a esta breve entrevista com a Diretora Bruna Lessa Bastos, realizada por Renata Moraes da Coalização Brasileira pela Educação Climática e gerente do Climate Reality Project Brazil, no contexto da COP 29 e tenha notícias do que estamos colaborando para as próximas iniciativas.
A COP 30 é logo ali.
O Instituto E.V.A. assistiu a Reunião Ministerial sobre Educação Socioambiental e Climática a convite da rede internacional Greening Education Partnership (UNESCO), da qual fazemos parte. Tivemos a oportunidade de conhecer o que outros países estão fazendo para tornar seus currículos mais verdes.
Ouvimos à apresentação de Andreas Schleicher, Diretor para Educação e Habilidades da OECD a respeito do PISA, pois um dos grandes desafios da Educação Socioambiental e Climática é como medir o seu impacto social. Embora a Educação não esteja recebendo nesta COP a devida atenção, o lançamento do estudo do PISA, capitaneado pela Presidência do Azerbaijão, é um pequeno, porém importante avanço.
O estabelecimento de uma métrica internacional padronizada para avaliar o letramento ambiental e climático poderá oferecer aos legisladores e educadores informações valiosas sobre o alcance e os limites da capacidade dos sistemas educacionais para prepararem os estudantes para os complexos desafios das mudanças climáticas.
As novas métricas do PISA, em desenvolvimento pela OECD (2029), fomentarão:
- Responsabilização;
- Reformas curriculares especializadas, e
- Colaboração internacional para a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente o ODS 4.7.
Ao inspirar a aprendizagem transformadora, essa iniciativa tem o potencial de promover uma geração de cidadãos globais informados, responsáveis e resilientes, dedicados à sustentabilidade e ao cuidado ambiental.
Nesta mesma reunião Kitty van der Heijden, Diretora Executiva para Parcerias da UNICEF lembrou a todos o estados presentes que questões climáticas precisam ser integradas aos currículos escolares, não porque os Ministros de Educação ou Organizações como a UNICEF o queiram, mas porque todos os países assinaram o Acordo de Paris. O artigo 12o deste Acordo é bastante claro. Juntamente com o Ensino Secundário, precisamos nos concentrar nas competências práticas que os jovens necessitam para participar da resolução dos problemas climáticos.
Para a Greening Education Partnership isso significa adotar uma abordagem sistêmica para enfrentar a crise climática, acelerando a implementação da Educação sobre as alterações climáticas, estabelecida em resposta às demandas dos países e dos jovens de todo o mundo, para promover a Educação Para o Desenvolvimento Sustentável, que integra os princípios e práticas de sustentabilidade em todos aspectos da Educação em torno de quatro pilares:
- Tornar as escolas mais resilientes,
- Currículo especializado,
- Formação de professores, e
- Capacidades do sistema educativo de tornar as comunidades mais sustentáveis
Estamos atentas a como o governo brasileiro irá se posicionar sobre esta questão estruturante e transversal à transição justa. Esperamos ver ações concretas para além da COP 30, que ocorrerá em novembro de 2025 em Belém do Pará.
No dia 14 de novembro, nossa cofundadora Maria Rita Villela nos representou no evento “Mural de Justiça Climática: vozes de catadores refugiados e mulheres para o G20”.
O evento fez parte do G20 Social, que ocorreu no Boulevard Olímpico do Rio de Janeiro, no qual as Organizações da Sociedade Civil apresentaram e debateram suas propostas e ações ligadas ao desenvolvimento sustentável, enfrentamento das desigualdades sociais e da crise climática mundial.
Mais uma vez o protagonismo dos estudantes do Colégio Estadual de Araras se fez presente, através de um mini-documentário preparado com material de vídeo-reportagem produzido pelos estudantes, sob orientação de seus professores, e fotografias registradas pela equipe do Instituto E.V.A., que foi exibido na Cúpula do Humanity Summit 2024 - G20 Social Official Event durante o evento auto-gestionado pelo Mural do Clima Brasil.
No dia 16 de novembro, as recomendações da juventude do CEA, consolidadas no evento ConscientizAção, ocorrido no dia 3 de novembro, seriam entregues ao Presidente Lula.
Celebramos a esperança que advém de testemunhar o engajamento da juventude formada em Educação Socioambiental e Climática, desejando que o protagonismo dos jovens do CEA pudesse inspirar os corações e mentes dos tomadores de decisão sobre Educação no G20 que apenas começava.
No dia 19 de novembro nossa Diretora Executiva Denise Pini Fonseca marcou a nossa presença no evento do G20 “Catalisando Mudanças: O papel da Educação na construção de um futuro justo e sustentável”, organizado pela DGPE da Fundação Getúlio Vargas, em parceria com a OECDnetFWD e a Education Above All Foundation.
Fizeram parte dos temas tratados:
- Mecanismos de financiamento atuais e necessários para enfrentar as demandas colocadas para a Educação do século XXI, com foco no Sul Global;
- As contribuições das fundações filantrópicas de distintos portes;
- Indicadores de aprendizagem e parâmetros de equidade do INEP, e
- Novos parâmetros e indicadores para mensurar o alcance da Educação para as Relações Raciais, lançados no dia anterior pelo Ministério da Educação
Em meio às apresentações técnicas e sustentações políticas, destacamos:
- A ausência do debate sobre Educação Socioambiental e Climática;
- O vigor dos programas de Educação no território para superar as desigualdades econômicas, sociais e raciais, e
- O alcance e os limites do esforço de inclusão digital na Educação.